sábado, 28 de janeiro de 2012

DÉBITOS E CRÉDITOS - POR ADRIANA TEIXEIRA SIMONI:


A composição atmosférica de períodos em períodos se modifica causando extremos no clima da terra. Houve épocas que a terra era um sorvetão imenso com muito gelo e os vulcões tratavam de aquecer a terra expelindo dióxido de carbono. Porém desde a revolução industrial os vulcões se acalmaram e a chaminé do crescimento e do progresso vem despejando gás carbônico na atmosfera em quantidades muito maiores que a natureza que fazia controladamente através dos vulcões.  Hoje, esse componente calórico, os gases estufa, viraram  problemas mas  também valor de negociação.

Desde 2005 com a assinatura do  protocolo de Kyoto que deve ser estendido até 2020,  países  desenvolvidos se comprometeram a diminuir em 5 %   suas emissões em relação a marca de 1990 e necessitariam mostrar essa redução de 2008 a 2012, fato em que o Brasil não estava incluído,  pois não faz parte das nações em desenvolvimento apesar de ser um dos 20 Países  mais poluidores e com um agravante: Brasil colabora com emissões  ligadas ao  desmatamento, agropecuária e  queimadas. Todavia o Brasil  manifestou  na reunião do  COP17  compromisso em apoiar a prorrogação do Protocolo de Kyoto até 2020. E vivas ao novo código Florestal! Será  que ele fará mudar algo positivo nesse quesito emissões de gases?

Atingir essas metas com o aumento populacional e o crescimento do investimento tecnológico para o  aumento da produção é algo desafiador mesmo com o avanço tecnológico  investido na diminuição da poluição,  pois por mais que energias renováveis sejam estudadas e implementadas ainda assim é tímido seu avanço e a necessidade reconhecida pelas grandes nações desenvolvidas  de colaborarem.

Durante a COP17 foi dito que 2011 foi  um dos anos  mais quente desde 1850, e tudo isso em razão da atividade humana, e esse cenário pode levar a mudanças profundas e irreversíveis ao planeta Terra e a vida humana, portanto não é o caso  da opção  não querer assinar o  compromisso, e sim , se faz necessário o  comprometimento imediato de todos países poluidores.

O valor econômico da proteção ao meio ambiente se estabeleu como algo promissor no mundo dos negócios. Eu em minha santa ignorância econômica confesso dificuldades para compreender tal processo apesar de parecer simples onde um país com altos níveis de emissão de gases na atmosfera pode pagar a outro país que esteja  com esses níveis de poluição abaixo do limite comprometido e desta forma utilizando a Bolsa de valores ou de mercadorias negociam esses títulos. Quem passa dos limites de emissões de gases “ compra” o seu  excesso  de quem não poluiu tanto e que poderia ter poluído. Confuso não? Eu  diria que parece uma forma de disfarce para o bem.

Esse tipo de valorização de gases de efeito estufa cria um novo mercado que envolve outra indústria,  a indústria  de projetos para diminuição de emissões. Onde busca nas  empresas que não estão na lista negra  disponibilizar seus  créditos para serem negociados com as grandes poluidoras que não conseguem diminuir suas emissões.Confuso? Mas ainda parece trambique perante a natureza e a biodiversidade.

O assunto é complexo mesmo  para uma coluna tão reflexiva proposta por mim. Porém o assunto se torna interessante para concluirmos que todo tipo de extração, seja ela dos recursos naturais ou dos recursos disponibilizados pelo desenvolvimento produtivo do país culminam em  moeda corrente. Novamente o lucro em detrimento ao bem do planeta e da sociedade.

E essa moeda pode contabilizar tanto débitos onde se enquadraria na parte negativa do processo  onde  a indústria de produção exagera no uso dos recursos naturais devolvendo ao planeta  só resíduo e os créditos  quando advindos dos projetos ou implementações para conter a degradação ocasionada por essa mesma produção.

Porém, nesse ano em Junho teremos a Rio + 20 Conferência Mundial das Nações Unidas  que terá como tema: "Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza". Nesse encontro depois de 20 anos da Eco 92 trará discussões tímidas em menção as emissões de gases e o  aquecimento global, portanto creio que os débitos estarão sem limites para ocorrerem contra nosso planeta  mesmo apesar das discussões socioambientais   estarem presentes nessa reunião, o saldo pode ser negativo.

Sendo assim,  resta a nós  da sociedade providenciarmos  mais créditos advindos de práticas sustentáveis como por exemplo  separar  e destinar corretamente o  nosso lixo, na  economia da água  e se possível divulgando e convidando  o vizinho a participar  dessa conferência para o bem da nossa comunidade resultando em  créditos para o planeta inteiro. Eu estou dentro e você??

Por Adriana Teixeira Simoni // Fonte: Ideias Sustentável 

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