terça-feira, 22 de maio de 2012

Alunos sem aulas há 42 dias: de quem é a culpa?



Salas vazias há 42 dias. Este é o período no qual mais de um milhão de alunos em todo estado não têm acesso à educação. "Acho um absurdo sacrificar o ano letivo das crianças, ainda mas das mais necessitadas", disse o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), durante entrevista concedida ao programa Balanço Geral da Record Bahia, na manhã desta terça-feira (22).
 
Wagner voltou a afirmar que caso haja retorno às aulas haverá o pagamento dos dias não trabalhados. "A volta às aulas incluiria os dias não trabalhados e pagaremos a folha sem descontos no mês de maio. A decisão tem que ser rápida", afirmou.
 
O governador ressaltou que não há como oferecer o reajuste reinvindicado - 22,22% - para toda a categoria, porque "concedemos o piso acima da faixa. Fora 11,5%. Mais 4% para 2013 e 3% para 2014. Tenho um limite no orçamento. Irei reabrir um diáogo e não farei proposta antecipadamente. Vamos continuar conversando".
 
E fazendo um apelo à categoria, Jaques Wagner pede bom senso no retorno às salas de aula e diz que "não temos que sacrificar os meninos por conta de reajuste salarial", pontuou.

Reinvidicação
 
Os professores querem o cumprimento do acordo feito com o governo de reajuste salarial de 22,22% para toda a categoria. No entanto, o governo afirma que irá seguir com o reajuste de 6,5% para todos os professores (e também para os servidores estaduais) e 22% somente para os que dão aulas no ensino médio, último projeto aprovado pela Assembleia Legislativa.
 
Foto: Gilberto Junior// Bocão News
 
A greve atinge mais de um milhão de alunos na capital e no interior, e de acordo com Valdir Assis, a paralisação não compromete as aulas. "O ano letivo ainda não está comprometido, se ele pagar o salário, nós vamos repor essas aulas perdidas. Nós iremos reorganizar o calendário letivo. Há sábados e feriados que podem ser usados", disse o 
representante da categoria.
 
Uma assembleia geral da categoria está marcada para às 9h, da próxima terça-feira (22), na Assembléea Legislativa da Bahia.

Universidades federais também em greve
 
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), informou na sexta-feira (18) que o número de universidades que aderiram à greve chega a 37. Nesta quinta-feira (17), quando foi deflagrada a paralisação, 33 instituições de ensino superior haviam decidido pelo movimento.
 
Os docentes pedem a reestruturação do plano de carreira e melhoria das condições de trabalho nos novos campi que foram criados nos últimos anos por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). 
 
O comando de greve da Andes informou que o atual plano de carreira não permite crescimento satisfatório do professor ao longo da carreira. O sindicato informou ainda que foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão do documento, mas não houve avanço na negociação.
 
O Ministério da Educação (MEC) disse em nota que tem confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campi universitários federais. O governo ressalta que o aumento de 4% negociado em 2011 está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março, conforme previsto no acordo firmado com os sindicatos. 

Por: Caroline Gois e Agência Brasil / extraído do Bocão News

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