Alguns representantes da Capoeira e da Cultural local estiveram presentes na Sessão que aprovou o Projeto de Lei que vai para que seja sancionada pelo prefeito Gonzaga.
Na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de terça-feira, 19 de agosto, foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei (Lei Municipal Nº 108/2025), de autoria do vereador Lennon Borges (PSD) que “Institui o dia 03 de agosto como o Dia Municipal da Capoeira e das Manifestações Culturais de Matrizes Africanas no município de Ichu-BA e dá outras providências”.
De acordo com o vereador Lennon, este projeto, que vai além de um registro histórico no calendário anual do município para a Capoeira, mas que assegura que todas as demais manifestações culturais de matrizes africanas sejam lembradas, respeitadas e definitivamente inseridas nos projetos políticos públicos que visam promover a memória, a história e a cultura do povo afro-brasileiro, colocando-nos definitivamente como protagonistas das nossas lutas e conquistas históricas, especialmente em nosso querido e amado município de Ichu.
Alguns representantes da Capoeira e da Cultural local estiveram presentes na Sessão que aprovou o Projeto de Lei que vai para que seja sancionada pelo prefeito Gonzaga.
Conforme o parlamentar, a capoeira é uma expressão cultural cuja história está ligada às raízes do nosso país e do nosso povo, que mistura esporte, luta, dança, cultura popular e brincadeira, tendo sido desenvolvida por descendentes de africanos que foram escravizados no Brasil, além de representar a participação histórica do povo negro da cultura popular brasileira, representa em sua marca mais profunda a resistência do povo negro à escravidão. Poucos se lembram, mas um dia a arte da capoeira já foi considerada criminosa e sua prática proibida em todo território brasileiro. A criminalização durou até 1937, quando, por iniciativa do presidente Getúlio Vargas, a capoeira foi descriminalizada e reconhecida como esporte autenticamente nacional.
A capoeira é inequivocamente um traço cultural indelével de nossa identidade cultural, expressando-se como arte, ofício e alternativa profissional para muitos brasileiros. Com uma estrutura bem diferenciada, a capoeira tem conseguindo, a um só tempo, manifestar-se como luta, jogo e dança, além de configurar um eficiente sistema de autodefesa genuinamente brasileiro e que reúne todos estes componentes originais, o que lhe outorga uma excepcional riqueza artística, melódica e dinâmica, um enorme potencial evolutivo e, finalmente, uma gama intensa de aplicações esportivas, coreográficas, terapêuticas, pedagógicas, etc., que abrange desde o simples jogo às franjas das artes marciais e da defesa pessoal.
"Tendo em vista a importância da capoeira como patrimônio de nossa cultura e sua disseminação como esporte, dança, cultura popular, lazer e meio de inserção social, propõe-se o presente projeto de lei como forma de incentivar e sobretudo salvaguardar a história, a prática enquanto atividade de formação educacional e cultural e a continuidade das ações em torno da capoeira, assim como fortalecer todas as demais manifestações culturais de matrizes africanas na cidade de Ichu-BA.", afirma Lennon.
As manifestações culturais de matrizes africanas no Brasil são diversas e abrangem a música, dança, culinária, religião e outras tantas expressões que influenciam na nossa sociedade. Dentre as mais conhecidas constam a capoeira, o samba, o candomblé, o maracatu, o acarajé e a umbanda. Essas manifestações, muitas vezes interligadas, refletem a resistência e a adaptação da cultura africana no Brasil, mantendo vivas tradições ancestrais e contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural no contexto brasileiro.
Lennon reforça ainda que ao reconhecermos que as manifestações culturais de matrizes africanas são um valioso patrimônio nacional que precisa ser preservado e valorizado, reafirmamos sua importância na formação da identidade do povo brasileiro, assim como devemos, em especial no âmbito local, fortalecer, incentivar e disseminar em todo território de Ichu, ações que promovam o enaltecimento da beleza histórica das manifestações culturais de matrizes africanas, bem como aquelas que visem combater o racismo e a discriminação que violentamente ferem as práticas do povo negro em nosso território, reforçando a importância histórica da preservação da memória, da cultura e da resistência de um povo que carrega marcas indeléveis e que assim como todos os demais povos deste país merecem ser respeitadas, valorizadas e enaltecidas.



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