São 16 anos de reclusão pelo homicídio qualificado de Maurício Alves e 14 anos de reclusão pelo homicídio qualificado de Manoel Pires
O ex-policial militar Edilson da Silva Batista, acusado de matar os frentistas Maurício Alves da Silva e Manoel Pires Pereira em abril de 2022, sentou-se no banco dos réus nesta quarta-feira (26) no Tribunal do Júri mais longo já registrado em Conceição do Coité. O julgamento ocorreu no Fórum Durval da Silva Pinto e se estendeu por mais de 12 horas, iniciando pouco depois das 9h e sendo encerrado por volta das 22h, após intensos debates entre acusação e defesa e longas oitivas de testemunhas.
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| Ex-militar a direita da foto assistindo seus defensores | Foto: Raimundo Mascarenhas |
Ao todo, foram ouvidas diversas testemunhas de acusação e defesa, compondo um processo que chamou atenção pela complexidade e pela repercussão na cidade. O plenário permaneceu lotado ao longo de toda a sessão. Estudantes de Direito da FARESI, familiares das vítimas, amigos e moradores ocuparam todas as cadeiras disponíveis — muitos acompanharam o julgamento em pé, numa clara demonstração do interesse público no caso.
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| Foto: Raimundo Mascarenhas |
Decisão do Júri
Conforme a sentença lida pelo juíz Gerivaldo Neiva no final da noite, o Conselho de Sentença decidiu, por maioria dos votos, condenar Edilson da Silva Batista pelos dois homicídios qualificados, mantendo integralmente a acusação apresentada pelo Ministério Público.
O júri reconheceu que as mortes ocorreram mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, conforme previsto no artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal. O magistrado enfatizou na sentença que o réu, na condição de policial militar, “quebrou a confiança depositada e utilizou seu conhecimento técnico para cometer a agressão”, o que elevou sua culpabilidade.
Na dosimetria da pena, o juiz fixou:
- 16 anos de reclusão pelo homicídio qualificado de Maurício Alves;
- 14 anos de reclusão pelo homicídio qualificado de Manoel Pires — levando em conta o fato de o réu ter solicitado socorro após atingir a vítima. Totalizando 30 anos de prisão, em razão do concurso material de crimes. Veja no fim da reportagem um vídeo com a leitura da sentença na íntegra
Edilson seguirá em regime fechado, permanecendo custodiado, já que está preso preventivamente por determinação do Tribunal de Justiça da Bahia.
O caso, que causou profunda comoção na comunidade coiteense desde 2022, teve no julgamento desta quarta-feira um dos momentos mais emblemáticos, tanto pela longa duração quanto pela expressiva participação popular.
O Calila Notícias, que acompanhou boa parte do julgamento, ouviu ao final da sessão o advogado Paulo Henrique Santos Souza, que atuou na defesa do ex-cabo da PM ao lado dos colegas Juary, e das advogadas Carla Oliver, Manuele e Cristiane.
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| Juiz, promotor e advogados que atuaram neste julgamento |
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| Promotor Vladimir Marques | Fioto: Raimundo Mascarenhas |
“Tratava-se de um crime gravíssimo, de grande repercussão. Dois frentistas assassinados de forma fria e cruel por um então policial militar. Era necessário que houvesse uma resposta da Justiça. A sociedade de Coité e de toda a região sisaleira pedia isso, e especialmente os familiares das vítimas clamavam por Justiça. O julgamento espelhou esse anseio da sociedade coiteense. As teses do Ministério Público foram acolhidas: homicídio doloso e a qualificadora de impossibilidade de defesa das vítimas.”
O promotor também reconheceu o trabalho da defesa, mas ressaltou que as teses apresentadas foram rejeitadas pelos jurados:
“Foi um trabalho duro, árduo. A defesa fez bem o seu papel, trouxe teses diversas, mas todas foram rejeitadas. Só tenho a agradecer pelo resultado. Pude ver o sorriso e a alegria dos familiares. Isso não traz as vítimas de volta, mas pelo menos evita a dor de ver o algoz, o assassino, livre.”
Fonte: Calila Notícias / CN



















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