A Bahia registrou, de 2002 a 2012, um
aumento de 104,2% no número de suicídios. Em números absolutos, os casos
saíram de 233 para 476, de acordo com o “Mapa da Violência – Os Jovens
do Brasil”, um estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de
Ciências Sociais (Flacso).
Para a idealizadora e coordenadora do Núcleo
de Estudo e Prevenção do Suicídio (Neps) do Hospital Geral Roberto
Santos (HGRS), Soraya Carvalho, o número reflete, na verdade, em uma
melhora na notificação dos casos. “Como um país ainda em
desenvolvimento, nós temos um problema seríssimo para quantificar os
casos não só de suicídio. A saúde pública tem uma defasagem muito grande
no registro. Nos estados do Nordeste, essa carência é ainda maior”,
afirmou ao lembrar que a notificação em casos de suicídio não é
compulsória. Por conta disso, é plausível imaginar que exista uma
subnotificação. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que os
números ainda podem ser muito mais altos”, alertou.