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domingo, 6 de fevereiro de 2022

Ichu: A história da família de Zé Menino e Inês: 65 anos de união matrimonial – Por Edcarlos Almeida

Neste domingo, 06 de fevereiro de 2022, o casal José Jaime de Almeida e Inês Carneiro de Almeida, meus avós paternos celebram as bodas de ferro, são 65 aninhos de União Matrimonial. Vejamos um pouquinho da história da família.
No dia 13 de março de 1933, na Fazenda Massapê nascia José, o filho caçula do senhor Epifânio Rufino de Almeida e dona Maria Salvadora Carneiro. O pequeno José, que ficou conhecido por Zé Menino do Massapê. Fato curioso é que ele foi batizado com o nome José Rodrigo, porém, quando foi registrado colocaram seu nome José Jaime.  

Da união de Epifânio e Salvadora nasceu também Agripina Jaime de Almeida. Epifânio foi casado por duas vezes, o seu primeiro casamento foi com a senhora Maria Clemência Carneiro que nasceram 6 filhos sendo, Roque Sebastião, João Lino, Manoel Conceição, Antônio Inês, Maria e Antônia Constância.  

Ele conta que em certo período, mais ou menos na década de 1940, faltou gás na região. Ele e sua mãe faziam artesanalmente um fifó a base das sementes de mamona para alumiar as noites escuras.  

Ficou órfão ainda na infância, mas isso não foi motivo para perder o sentido e o brilho da vida. Com a morte de seus pais a vida ficou mais difícil. Ficou aos cuidados de sua irmã Antônia e sua tia Das Neves (irmã de seu pai) entre outros.  

Começou a namorar a senhorita Inês Matilde Carneiro, filha de Antônio Pio Carneiro e Maria Matilde Carneiro da Fazenda Aleluia. Eram irmãos de Inês, Antônia Mamede, Manoel Nascimento, José Maximiano, Maria Amélia, Margarida. Antônio Pio foi casado duas vezes, o seu primeiro casamento foi a senhora Theodoria Carneiro e tiverem três filhos: Tomás de Aquino Carneiro, Epifânio José e Luiza.  

Com o suor do seu rosto começou a construir sua casa, na Fazenda Massapê que seria a residência da sua nova família. Casou-se então no dia 6 de fevereiro de 1957, na capela do então Distrito de Inchu nos festejos ao Sagrado Coração de Jesus padroeiro da localidade.  

Depois do casamento dona Inês ainda passou cinco dias na casa de seus pais para depois ir para a companhia do esposo, conforme costume da época que recomendava que a mudança de casa deveria ser numa quarta ou em um sábado. 
Deste casamento nasceram 12 filhos. Os partos de dona Inez foram todos realizados em sua casa por parteiras da época: Mãe Doninha do umbuzeiro, Mãe Biduga do Laranjo, Mãe Isabel do Alto Alegre e Mãe Terência do Cansanção.   
Filhos do casal seu Zé Menino e Dona Inês
Seus filhos são: Maria Inês Almeida Araújo (nasceu em 07 de março de 1958), Maria José Almeida Oliveira (nasceu em 27 de janeiro de 1959), Salvadora Diomedes Almeida Carneiro (nasceu em 18 de Março de 1961), Eliete Fátima de Almeida (nasceu em 03 de abril de 1963), Luzinete Cristina de Almeida (nasceu em 24 de julho de 1964), já no ano de 1966 nasceram dois filhos Antônio Reis de Almeida em 06 de janeiro, e Carlos Nascimento de Almeida em 25 de dezembro, Maria Luziene Almeida Lima (nasceu em 15 de Março de 1969), Josman Roque de Almeida (nasceu em 11 de agosto de 1970), Luzineide Carneiro Almeida Cordeiro (nasce em 10 de abril de 1972), Gedeão Braz de Almeida (nasceu em 05 de novembro de 1975).   

No dia 11 de maio de 1978 dona Inês amanheceu incomodada para ganhar menino, foram então atrás da parteira. Foi uma confusão para achar parteira por que nascia também outras duas crianças na comunidade vizinha de Pau D’arco e mãe Biduga se encontrava por lá. Ao chegar na casa da parturiente Inês, mãe Biduga pegou a filha caçula Ana Neres Almeida Carneiro. Conta-se que uns 5 dias depois do nascimento de Ana Neres, o nó do cordão umbilical desatou começando a sangrar e por esse motivo foram à procura de Maria São Pedro (filha de Mãe Lora) às carreiras para atar o nó do umbigo. De seus filhos e filhas foram gerados 27 netos e 8 bisnetos.   
José Jaime teve como profissão a agricultura. Criou seus filhos puxando uma enxada, rasgando a terra e produzindo seus alimentos. Sempre plantou milho batim, feijão, batatas, verduras, manivas para a produção de farinha. Ele relembra um período que uma saca de farinha só deva para três semanas. Também criava porcos, ovelhas, galinhas, gado, e também uma junta de jumento (Repente e Canário) para os trabalhos de carroça. Era um excelente forneiro, fazia batas de feijão e milho na sua casa.    
Devoto de nossa Senhora das Grotas sempre chamava por sua ajuda. Recebeu também como devoção o Ofício da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo vindo da Fazenda Aleluia que reza desde 1957 em sua casa no período quaresmal. Já dona Inês fazia vassoura de pindoba, bolos, farinha de tapioca, beijus, cocadas de licuri, coco, batata de umbu, mamãozinho de veado, óleo de licuri, torrava café, costurava as roupas dos filhos, tudo isso para ajudar nas despesas da casa. Também foi servidora pública por um período no prédio escolar Manoel Matias Carneiro.

Nas proximidades de sua casa fica o tanque feito pelo seu pai Epifânio, tanque esse que apenas secou em 1932, 1961 e 2017. E foi o socorro de muitas famílias nos longos períodos de estiagem. A casa era rodeadas de belas plantas e flores, um enorme terreiro, dois grandes pés de cajá, um lugar que tem uma vista bonita no nascimento da lua cheia.  

Em 1967 construiu sua própria casa de farinha nas terras da Fazenda Recreio, terra essa herança de sua esposa. Ele nos conta que os aviamentos, telhas, esteios, caibros, peças, vinheram da Fazenda Laranjo. Esses materiais foram trazidos em carro de boi, sendo os carro de Manoel de Acelino, Primitivo, e João Luiz da Mumbuca. Sendo que as telhas vinham no carro de Primitivo e esse carro ao fazer a curva na Fazenda Boa Vista quebrou o eixo e o carro virou quebrando metade das telhas. Durante 40 anos de casados, o casal junto com a sua família viveram sem energia elétrica e só vinheram usufruir a partir de 27 de fevereiro de 1997. Outro fato marcante da família foi o campo de futebol e uma a venda (invenção dos seus filhos Josman e Antônio Reis). A venda era bem pequenininha. O campo foi um período muito bom de lazer para a família e a região do Massapê. Muitas vezes o time da comunidade saia em “pau de arara” (nome dado ao meio de transporte da época) para disputar jogos no município de Candeal, Pé de Serra, Conceição do Coite, Riachão do Jacuípe.  

Por motivos de saúde o casal José Jaime e Inês Matilde vinheram para a sede da cidade de Ichu em 17 de maio de 2008.   

Por Edcarlos Almeida – Hô Sertão – Fonte: José Jaime, Inês Carneiro e filhos.

Um comentário:

  1. Quem hoje terá uma união dessa? parabéns seu Zé e dona Inês

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