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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Cid vai admitir que vendeu joias a mando de Bolsonaro e entregou dinheiro para o ex-presidente, diz advogado

Ex-ajudante de ordens também vai dizer que transferiu o dinheiro clandestinamente para o país, após venda dos itens nos EUA
O advogado Cezar Bittencourt, que defende o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, disse nesta quinta-feira (17) que seu cliente vai dizer que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Jair Bolsonaro e que entregou o dinheiro para o ex-presidente.

A informação foi publicada inicialmente pela revista Veja. A TV Globo obteve a mesma informação com o advogado em seguida.  

Cid está preso desde maio. Ele era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.

De acordo com o Tribunal de Contas da União, os presentes recebidos deveriam ser incorporados ao acervo da União, e não vendidos como itens pessoais.
Foto: Reprodução TV Globo
Bittencourt assumiu a defesa de Cid na terça-feira (15). Ele é o terceiro advogado do caso desde que Cid foi preso. Bittencourt, em entrevista à GloboNews nesta semana, já havia dito que Cid apenas cumpria ordens.  

As joias 
Investigações da Polícia Federal mostram que joias e presentes entregues a Jair Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.  

Naquele mês, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato do então presidente.

No dia 2 de junho, outro ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid.  

Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.

No dia 8 de junho daquele ano, Bolsonaro e Cid viajaram aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles. Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid levou, no voo oficial da FAB, o kit de joias.

Os investigadores afirmaram que ele não voltou para o Brasil com a comitiva e que levou as joias para a casa do pai, Mauro Cesar Lourena Cid, que ocupava, desde 2019, um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami.  

No dia 13 de junho, Mauro Cid viajou para a Pensilvânia para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe.  

A PF localizou, a partir da análise de dados armazenados na nuvem do celular de Mauro Cid, um comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data. Esse valor corresponde a R$ 332 mil.

Um relatório do Coaf, enviado à CPI dos Atos Golpistas e obtido pelo g1, apontou transações financeiras consideradas atípicas nas contas de Lourena Cid. O relatório destaca que, de fevereiro de 2022 a maio de 2023, ele movimentou quase R$ 4 milhões - entre valores recebidos e enviados.

Novo conjunto embarcou no avião presidencial 
A PF afirmou que um novo conjunto de presentes oficiais deixou o Brasil alguns meses depois, em dezembro. A mala embarcou no avião presidencial que levou Bolsonaro para os Estados Unidos no fim do mandato.  

Mensagens do celular de Cid indicaram que estaria levando consigo uma mala específica, que deveria ter como destino a casa de seu pai, em Miami.  

Segundo a PF, essa mala continha duas esculturas douradas: uma árvore e um barco. 

A escultura da árvore é semelhante à recebida por Jair Bolsonaro em novembro de 2021, em uma viagem ao Bahrein.  

No dia 4 de janeiro de 2023, quando Lourena Cid, pai de Cid, já estava com a mala, o filho Mauro Cid pediu para ele “não esquecer de tirar fotos”.  

A Polícia Federal destacou que, neste mesmo voo de dezembro, Mauro Cid possivelmente levou para os Estados Unidos o chamado “kit rose” -- um conjunto de itens masculinos da marca Chopard que o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recebeu em uma viagem a Arábia Saudita.

Por Camila Bomfim e Andreia Sadi, GloboNews — Brasília e São Paulo / Matéria extraída do g1

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