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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Médicos avaliam redução da taxa de ocupação dos leitos e internações são de pessoas que ainda não se vacinaram

No Hospital de Campanha, a redução da ocupação dos leitos teve início no mês de julho
É possível perceber que o combate contra a Covid-19 em Feira de Santana está fazendo efeito e cada vez mais, o vírus vai perdendo força. Na última terça-feira (7) por exemplo, o município não registrou nenhum caso da doença.

Em unidades hospitalares, alguns leitos já foram desmobilizados, como é o caso do Hospital de Campanha, especializado para o atendimento de pacientes acometidos pela doença. As internações no município seguem em queda e os quadros da doença apresentam-se principalmente em pessoas que não se vacinaram.  

Em Entrevista ao Acorda Cidade, o diretor médico Francisco Mota, informou que atualmente a unidade está com 40% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Nesse momento, nós temos 40% dos leitos ocupados, porque dos 10 leitos de UTI, quatro estão ocupados, da mesma forma, como os leitos clínicos. Nós chegamos a ter 100% da capacidade por pelo menos quatro vezes, e foram cerca de 120 dias com a ocupação completa e esse número passou a cair mais ou menos no meio do mês de julho e desde então, não tivemos mais a ocupação completa da UTI. Com isso, a gente já fez algumas desmobilizações, primeiro dos leitos clínicos que foram reduzidos de 44 para 30 e a UTI de 18 para 10. Uma nova redução foi feita dos clínicos de 44 para 20 e agora dos 20, reduzimos para 10", explicou.

Segundo o médico Francisco Mota, hoje não existe mais um perfil de pacientes definido nas ocupações dos leitos, mas afirmou que são pacientes que ainda não foram vacinados.

"Hoje a gente não tem mais um perfil definido como tínhamos no início da pandemia, que eram pessoas acima de 70 anos. Com a vacinação, esse perfil foi mudando, mas o que a gente ver basicamente, é que são pacientes que não tomaram a vacina. A vacinação foi que fez com que essa taxa diminuísse, então o que é importante se manter com esta vacinação e agora já está chegando a terceira dose de reforço para os pacientes mais idosos", afirmou.

Para o diretor médico, devido às grandes aglomerações que aconteceram no dia 7 de setembro com as diversas manifestações, é provável que haja um pico no número de casos nos próximos 15 dias.

"Nesse momento a gente já tem a variante Delta circulando no estado da Bahia e é um momento de apreensão. A gente tem que observar o que vai acontecer, porque tivemos manifestações em todo o Brasil no dia 7 de setembro e vimos muitas pessoas sem máscara, aglomeradas, então é de se esperar que em torno de duas semanas, tenhamos um aumento no número de casos", destacou.

Já no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), os números são maiores. De acordo com o médico intensivista e coordenador das UTIs da unidade, Lúcio Couto, cerca de 70% dos leitos UTI estão ocupados.

Foto: Arquivo Pessoal | Coordenador das UTIs do HGCA
"Hoje a nossa ocupação é de 70% dos leitos de UTI Covi-19 e cerca de 65% dos leitos clínicos, com um perfil de pacientes mais jovens e em sua grande maioria, pacientes que não foram vacinados com quadros moderados a graves. Tivemos algumas desmobilizações, logo no início tínhamos 50 leitos de UTI e agora estamos com 30, assim como o de enfermaria, mas é importante salientar que fizemos ajustes internos até porque nossa demanda de UTI geral é muito grande aqui, então são ajustes de acordo com a nossa necessidade, o que é muito importante para a população", disse.

Ainda de acordo com o coordenador, existe a probabilidade de mais 10 leitos serem desmobilizados.

"Nós esperamos que esses números possam continuar caindo com o avançar da vacinação para todas as faixas etárias de adultos, podemos ainda desmobilizar mais 10 leitos para transformar em UTI geral e destacar que não é desativar um leito, apenas converter para que outros pacientes também possam ser atendidos. Hoje estamos vivendo um momento que é bem diferente do que já passamos, a fase não é tão grave quanto era antes, mas sempre falamos isso, deixamos o alerta, porque além da vacinação, é importante que a população continue fazendo a sua parte, principalmente com o uso da máscara e higienização das mãos e mantendo o distanciamento social sempre que possível", afirmou.

Atualmente, a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana tem uma ocupação de 37,5% dos leitos de UTI Covid-19.

De acordo com o coordenador, o médico cardiologista Edval Gomes, dos oito leitos disponíveis na unidade, três estão com pacientes internados.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"O perfil clínico aqui dos nossos pacientes, é composto por indivíduos predominantemente do sexo masculino, algo em torno de 60 a 65% jovens com a média de idade de 50 anos. São pacientes que já chegam aqui em estado de gravidade, então a estimativa de risco aumenta durante a admissão desses pacientes. São pessoas que precisam de ventilação mecânica e um terço desses pacientes, apresenta comprometimento sistêmico muito grave e necessitam de medicamentos para manter a pressão arterial", pontuou.

A última vez que a Santa Casa de Misericórdia apresentou 100% da ocupação, foi no dia 21 de julho deste ano. Para o médico, nesse momento existe um 'certo controle' da pandemia, mas é preciso ficar em estado de alerta.

"A impressão neste momento é de uma redução do controle da pandemia, isso é ilustrado pela redução do número de casos, a queda da internação em UTIs, mas pode ser uma impressão pontual ou pode estar atribuída as medidas preventivas como o uso de máscara por exemplo, pelo sucesso e progressão da vacina. Isso também pode ser justificado, por uma história natural da própria doença, o fato é que há uma incerteza de como isso continuará, como isso pode evoluir nos próximos meses, até porque a gente ainda conhece relativamente pouco sobre a história das novas variantes que estão surgindo, de modo que não possamos ser surpreendidos com novas ondas, portanto, é importante manter a estrutura e o alerta para eventuais necessidades", afirmou.

No Hospital Emec, o quadro de redução no número de internamento começou há 30 dias e atualmente segue dentro de uma estabilidade. Ao Acorda Cidade, o coordenador de emergência da unidade, o médico João Victor Brito do Valle, explicou que apenas dois casos ativos seguem na UTI.

"No momento, temos apenas dois casos ativos internado em nossas UTIs e um caso suspeito que está na unidade clínica. Nesse feriado prolongado, tivemos três altas. Atualmente por exemplo, temos um paciente de 18 anos de idade que está internado há 15 dias ainda em uso de oxigênio com alto fluxo, mas com o quadro revertendo em tratamento com ventilação não invasiva e outro paciente adulto, este em uso de ventilação na máscara, e oxigênio em alto fluxo, com uma fase mais aguda", informou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Para o coordenador, é importante que haja leitos reservados para Covid-19 em caso de novos aumentos, como uma retaguarda para a população.

"Estamos vivendo um período de redução de internamentos e atendimentos. Entretanto é importante observar a curva de novos casos em outras cidades e nos outros estados. Não cabe mais, em um momento avançado de pandemia, sermos pegos de surpresa com falta de leitos clínicos e de UTI. Claro que precisamos avaliar de maneira proporcional a necessidade da transição de leitos para atender outras doenças, sobretudo os traumas que configuram a nossa mais grave epidemia há muitos anos. Então é preciso manter o mínimo de leitos de Covid de internamento como uma retaguarda, e mobilizar mais leitos para a Covid, sempre que houver um aumento de novos casos e taxa de internamento", pontuou.

Por Gabriel Gonçalves com informações do repórter Ney Silva e da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade 

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