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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Livro escrito por criança do quilombo de Cordoaria é apresentado na Flipelô

Publicação foi realizada durante o projeto Afroteca Muvuca, que conta com patrocínio da Braskem
A história de um menino que amava estudar, aprender e ir para a escola, assim pode ser resumido o livro “O Pequeno Príncipe da Cordoaria” que foi apresentado nesta quinta-feira (10) para o público da Feira Internacional Literária do Pelourinho (Flipelô). A publicação, do autor Davi Luka Santos, de 8 anos, foi resultado de uma dinâmica realizada no Afroteca Muvuca, no quilombo de Cordoaria, em Camaçari. Além do pequeno Davi, outras 11 crianças do projeto também participaram do dia de poesia e literatura no Pelourinho em Salvador.

A apresentação do livro do pequeno Davi ocorreu durante a participação do poeta Tiago Almir, o Poeta Revolução, no evento. Ele também é articulador de juventude da ONG Viva a Vida, que realiza o projeto com 90 crianças da localidade. A iniciativa conta com patrocínio da Braskem e apoio das Secretarias Municipais de Educação e de Desenvolvimento Social e Cidadania de Camaçari.

Presente no dia literário, a mãe de Davi, a manicure Jéssica dos Santos, conta que antes dele participar do projeto, recebia reclamação da escola, por conta de seu comportamento, “A diretora da escola me disse depois que ele teve uma grande melhora, e ele está muito feliz com o livro que fez, é uma emoção muito grande para uma mãe”, afirmou, orgulhosa do seu pequeno escritor.

Projetos que Transformam - O Afroteca Muvuca é um local de resgate cultural e da história dos quilombos, dos negros e dos índios. Dotado de uma biblioteca com acervo de 100 livros de literatura negra, indígena e quilombola e um espaço multiuso, onde 60 crianças participam de oficinas de literatura. A iniciativa foi uma das três selecionados no 1º Edital Braskem: Projetos que Transformam.

“Esse projeto possui as ferramentas adequadas para impulsionar o desenvolvimento local através da educação, ele possui um grande potencial para transformar positivamente a realidade da comunidade”, afirmou Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

De acordo com Evelin Salles, coordenadora da Viva a Vida, foram cerca de 30 produções literárias, onde as educadoras Mariana Gonçalves e Ana Clara Colombi, desenvolveram oficinas literárias étnico racial com as crianças, tendo como base o livro Alika, da autora Regina Luz. “A partir dessa leitura, elas foram estimuladas a fazerem uma espécie de releitura, e virassem escritores. Podendo falar de Alika, de sua comunidade ou criando histórias imaginárias”, detalhou Salles. 

Matéria enviada por Mateus Ribeiro
mateus@agenciaat.com

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