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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Percepção da violência pelos belo-horizontinos não condiz com a realidade


LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)**
Por meio da Pesquisa Nacional, por amostragem domiciliar, sobre atitudes, normas culturais e valores em relação à violação dos direitos humanos e violência - 2010, envolvendo as capitais Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, constatou-se que75,1% dos belo-horizontinos sentem que a violência vem crescendo no país.

Uma percepção que aponta uma diminuição na sensação de crescimento da violência em comparação com os índices de 1999, quando 94% dos habitantes de Belo Horizonte afirmavam sentir que a violência crescia no país.


Num primeiro momento, essa diminuição aparentemente poderia evidenciar um menor crescimento da violência na cidade durante esse lapso temporal. Contudo,trata-se de uma percepção equivocada, pois violência na capital mineira, nesse período, na verdade, cresceu.

Isso porque, em 1999, Belo Horizonte contabilizava 574 assassinados, número que, em 2010, subiu para 844 mortos, gerando, assim, um crescimento de 47% no número absoluto de homicídios da cidade (Fontes: Datasus – Ministério da Saúde e Mapa da Violência 2012). 

Do mesmo modo, a taxa por 100 mil habitantes da capital aumentou. Em 1999capital possuía uma taxa de 26,8 homicídios a cada 100 mil habitantes, que saltou para 35,5 homicídios por 100 mil, em 2010 (população de 2010: 2.375.151 habitantes – de acordo com o IBGE).

No tocante ao estado de Minas Gerais, também houve um aumento da taxa de homicídios, uma vez que o índice de 8,9 homicídios a cada 100 mil habitantes que apresentava em 1999, cresceu para 18,5 homicídios por 100 mil, em 2010. Contudo, como na maioria dos estados brasileiros a violência aumentou, e em diferentes proporções, o estado mineiro acabou melhorando de posição, saltando do 22º para o 24º lugar dentre os estados mais violentos do país. 

Não obstante, se nem mesmo todo o estado mineiro, com uma taxa de 18,5 homicídios por 100 mil se enquadra dos padrões da OMS (Organização Mundial de Saúde), que tipifica como zona epidêmica de homicídios a região cuja taxa seja superior a 10 mortos por 100 mil, a situação de sua capital (que possui uma taxa de35,5 mortes por 100 mil) é ainda mais alarmante. E o que é mais preocupante: em razão da falta de informação, trata-se de um chocante cenário ignorado pelamaioria da população.

*LFG – Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do atualidadesdodireito.com.br. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me: www.professorlfg.com.br

**Colaborou: Mariana Cury Bunduky - Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.

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