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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Canudos: Debates sobre memória da Guerra vão marcar a II Flican

Um dos temas mais estudados no Brasil na atualidade, a Guerra de Canudos não poderia ficar fora da pauta do principal evento literário do sertão baiano. Durante a II Feira Literária de Canudos (Flican), que acontece de 8 a 10 de abril, autores, artistas e pesquisadores vão se debruçar sobre os aspectos históricos, míticos e o impacto desse símbolo de luta e resistência, no contexto contemporâneo do país. Entre os participantes das mesas estão importantes especialistas no assunto, como o coordenador do Centro de Estudos Euclydes da Cunha da Uneb Manoel Neto, o cineasta Antônio Olavo, o fotógrafo Evandro Teixeira e o escritor Eldon Canário. 

Uma das mesas dedicadas ao tema acontece no dia 09/04 (sexta-feira), às 14h15, com o título de Evocação de Canudos. Mediada pelo curador da Flican, professor Luiz Paulo Neiva, a mesa contará com a participação de Manoel Neto, Pedro Lima Vasconcelos (Universidade Federal de Alagoas), Floriza Sena (Instituto Popular Memorial de Canudos), do historiador João Batista e do professor João Ferreira.   

“Evocação de Canudos, do presente ao passado ou do passado ao presente, pode significar a presentificação dos fenômenos que deram forma a Canudos, desde as imagens dos rincões desertos do sertão, da sua formação societária, econômica, histórica, política, religiosa, linguística até a formação da fazenda canudos, do arraial de Canudos e de suas gentes chegadas com o Conselheiro, das forças desiguais e antagônicos, dos palcos e horrores da guerra fratricida, das águas do rio Vaza Barris represadas no Cocorobó, sepultando os restos da Delenda Canudos, a Jerusalém de Taipa”, diz Luiz Paulo Neiva, que também é diretor do Campus Avançado da Uneb em Canudos,  

“Para quem ‘vive’ Canudos há mais de 35 anos, as evocações são várias, diversas. São evocações sobre o espaço físico, o cenário onde está cidade está colocada, no semiárido. E sobre pessoas com as quais convivi e aprendi a desvendar a alma do sertão, os bichos, os costumes, o modo de ver o mundo e a vida. A minha participação na mesa será uma forma de falar sobre esse mundo e como tenho vivido nela”, diz Manoel Neto que é autor de artigos, ensaios e da Cartilha Histórica de Canudos, entre outras obras.   

A foto histórica de Antonio Conselheiro (Registro do fotógrafo Flávio de Barros) 
Também na sexta-feira, às 19h20, acontece a mesa Museu João de Régis: Olhares e vertigens na memória. O debate contará com a participação de Antônio Olavo, Evandro Teixeira, autor do livro Canudos 100 anos (1997) e um dos homenageados desta edição da feira, além do historiador Sérgio Guerra, convidado a falar sobre o acervo fotográfico de Flávio de Barros, que foi um dos poucos a registrar imagens da Guerra de Canudos e autor da única foto conhecida de Antônio Conselheiro.  

“Minha história com Canudos começou há 38 anos, quando fui fazer um trabalho como fotógrafo em Monte Santo e ouvia as pessoas falarem das histórias de seus antepassados. A partir daí, comecei a me interessar e pesquisar sobre o assunto, que é hoje um dos mais estudados nas universidades brasileiras”, conta Olavo. Ele destacou ainda a importância da segunda edição da Flican, consolidando um espaço para discussão de temas que são universais.   

Manoel Neto, Bião de Canudos, Antonio Olavo e Professor Sérgio Guerra durante um encontro de canudenses realizado em Salvador (Foto: Arquivo / Evandro Matos). 
Depoimentos e passeios virtuais  

No sábado, às 19h, o tema Olhares e vertigens na memória coloca em destaque o trabalho do artista plástico Trípolli Gaudenzi, convidado que também é um dos homenageados desta edição pelas suas obras sobre Canudos, e do poeta e pesquisador José Aras, já falecido (1893-1979). Ele será evocado por Lina Aras, uma de suas descendentes.   

Foto da Guerra de Canudos (Registro histórico de Flávio de Barros) 
Outro ponto forte serão os depoimentos memoriais que serão apresentados, ao longo da Flican, resgatando a história de luta e resistência dos antigos habitantes do lugar. Dona Duru e Joselina Guerra falarão sobre os relatos que ouviram de seus antepassados, nas manhãs de sexta (09/04) e sábado (10/04), respectivamente. A programação dos depoimentos memoriais também terá a participação de Eldon Canário, que se apresenta na tarde de sexta, e que falará sobre o cotidiano da sua  vida na segunda Canudos.  

O público poderá acompanhar ainda um passeio virtual por locais guardadores da memória histórica, tais como, Memorial Antônio Conselheiro, o Parque Estadual de Canudos, Museu Manoel Travessa, Instituto Popular Memorial de Canudos e o Museu João de Régis, que foi implantado recentemente, sob a curadoria do artista plástico e cenógrafo  Edmilson Santana.  

A II Flican é uma realização da Dona Edite Comunicação Integrada. O projeto  tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. Toda a programação da feira poderá ser conferida, gratuitamente, pelo público no canal Youtube do Campus Avançado da Uneb em Canudos e pela Canudos TV.

Do Interior Da Bahia

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