O episódio batizado como "Vaza Jato" não chegou a abalar
as fundações da República, porém abriu uma série de questionamentos
sobre o funcionamento do sistema jurídico brasileiro. Não apenas pela
forma como as mensagens chegaram aos veículos de imprensa, mas também
pelo modo como todos os personagens relacionados ao conteúdo reagiram à
publicação de conversas privadas. O principal atingido até então, o
ex-juiz Sérgio Moro, finge naturalidade, enquanto uma parcela expressiva
da população segue uma lógica de rebanho ao não enxergar que há, no
mínimo, imoralidade na relação entre o agora ministro e a força-tarefa
da Operação Lava Jato.
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| Moro é o principal questionado pós-vazamento |
Para além do escândalo em si, podemos observar um problema
grave dessa "pós-modernidade líquida": a mensagem em si, por mais
impactante que seja, merece ser descreditada e o emissor deve ser
atacado. Uma parte dessa lógica é de responsabilidade dos veículos de
imprensa, que optaram por descredibilizar o conteúdo ao invés de
questionar a relevância das informações divulgadas. E, estando de
qualquer lado das trincheiras ideológicas do Brasil atual, é inegável
que um eventual relacionamento promíscuo entre o "herói nacional" e sua
própria liga da justiça chama atenção e merece destaque.






















