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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Termina a greve de policiais militares e bombeiros na Bahia:

Categoria finaliza acordo com o governo estadual e retomará imediatamente às atividades.

Depois de 12 dias de paralisação, o comando de greve do grupo de policiais e bombeiros militares baianos, paralisados desde a noite do último dia 31 de janeiro, decidiu encerrar o movimento e retomar as atividades. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na noite deste sábado (11), após assembleia no Sindicato dos Bancários, nos Aflitos, em Salvador.

Além da revogação dos processos administrativos de PMs que participaram da greve e da anulação das prisões dos líderes da greve, o Governo aceitou o pagamento imediato da GAP IV (Gratificação de Atividade de Policial) e o pagamento da GAP V para março de 2013.  

Com o acordo firmado, os policiais encerram a campanha salarial referente ao ano de 2012. Os policiais também terão reajuste de 6,5% retroativos à janeiro deste ano. Segundo os órgãos do governo estadual, nos últimos anos, a categoria teve ganho real - isto é, descontando a inflação- de mais de 30%. 

Em contrapartida, os militares abriram mão da revogação do decreto de prisão dos policiais e bombeiros envolvidos nas ações grevista. De acordo com a categoria, a via judicial será o caminho direto para tentar negociar a liberação dos PM's presos. Além disso, os policias militares garantiram que farão o policiamento ostensivo durante os dias de Carnaval. 

Na manhã da última quinta-feira (09), policiais ligados a ASPRA (Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia) desocupou o prédio da Assembleia da Assembleia Legislativa do Estado (ALBA), no Centro Administrativo (CAB).

Desocupação da Assembleia: o começo do fim

Desde que os grevistas entraram no prédio logo após a assembleia do dia 31 de janeiro, o local se transformou no palco principal dos impasses e também dos conflitos. De acordo com a Secretária de Comunicação do Estado, cerca de 240 pessoas, entre membros da corporação e familiares, ocupavam o local e transformaram o Centro Administrativo em uma área militarizada. 

No começo da semana, mais de 1.400 militares do Exército, 200 PM's de companhias especiais, 50 homens da Força Nacional de Segurança e agentes da Polícia Federal fizeram um cordão de isolamento em toda a área e controlaram o fluxo de pessoas até o último de ocupaçaõ. Durante o período, houve momentos diversos de tensão entre os manifestantes, os apoiadores e as Força Armadas, que tinham como ordem a reintegração de posse do prédio.  Bombas de gás de efeito moral, cassetetes e spray de pimenta foram usados para manter a ordem. 

Com a divulgação de conversas em que o líder do movimento, Marco Prisco, foi flagrado conversando com um colega grevista e tratando de ações de intimidação como queima de viaturas e fechamento de rodovias, na noite de quarta-feira (08), o clima de tensão aumentou na Assembleia. Na madrugada, o advogado de Prisco informou que negociava a rendição e a saída do grupo, sem Prisco que foi detido dentro do prédio, se deu de forma tranquila. 

Mesmo com a visível perda de força do movimento, o grupo ligado a ASPRA decidiu manter a greve esperando também a adesão de outras associações, o que não ocorreu. Em diversas cidades do interior, a rotina de trabalho foi voltando ao normal. Na última conversa com o governo, os grevistas aceitaram a contra-proposta e encerram a paralisação. 

Avanço nas negociações

Desde o começo da última terça-feira (07), o governador Jaques Wagner deu sinais de que as negociações estariam avançando e que a greve poderia acabar a qualquer momento. Segundo ele, o diálogo se estendeu e o único impasse para o fim da greve era sobre a anista aos PMs acampados na ALBA. Sobre o pagamento de gratificações, um dos pedidos dos PMs, o governador admitiu a possibilidade de incorporar o benefício ao soldo dos policiais.

“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4, e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou mais cedo o governador.

Na quarta-feira, o líder dos grevistas Marco Prisco, presidente da Aspra e líder dos grevistas, disse em entrevista a emissoras locais de televisão que as negociações sobre o pagamento de gratificações de atividade policial V e IV (GAPs) podem ficar para depois, pois a prioridade é a anistia dos PMs.

"Tem uma pauta que tem que ser discutida primeiro, que é a questão da revogação das prisões. Sem a discussão dessa pauta, não há outra discussão. A pauta não é só a questão da GAP", disse.

Prisco chegou a defender os policiais, afirmando que não estariam envolvidos em atos de vandalismo cometidos na cidade desde o início da greve. “Apesar de nos acusarem, os atos de vandalismo não foram cometidos por mim nem por outros policiais. Não cometemos crime nenhum. A prova é que o crime aumentou três vezes depois que iniciamos a greve. E estamos todos aqui dentro (na Assembleia Legislativa)”, disse.

Dias de tensão

Assim que chegou de Cuba, o governador Jaques Wagner solicitou a presença do Exército Brasileiro e da Força Nacional para fazer a segurança das avenidas e bairros da capital baiana e também nas cidades do interior.

Durante todo o período em que estiveram paralisados, uma onda de saques, de violência e também de boatos impôs o temor e o pânico em diversas partes do estado. Ônibus foram queimados, estabelecimentos comerciais foram fechados, aulas suspensas, prejuízos nos bares e restaurantes foram contabilizados, dezenas de eventos cancelados, tiroteio, arrastões e um rastro de 10xx homicídios cometidos somente na capital baiana. 

No total, o efetivo de policias militares da Bahia é de cerca de 30 mil profissionais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) somente 10% da categoria teria aderido à greve. Entretanto, para as diversas associações de policiais, este número teria sido muito maior. O sargento Agnaldo Pinto, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM), chegou a afirmar que 90% teria cruzado os braços e, mesmo os que não participara da ocupação da Assembleia, ficaram recolhidos nos quartéis ou companhias. As informações são do correio 24 horas.

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