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sábado, 7 de julho de 2012

Salvador - O lado amargo do Pelô: só este ano, 40% dos restaurantes da região sofreram arrombamentos:

Na maioria das vezes, os arrombadores são velhos conhecidos dos comerciantes e também da polícia: jovens que querem comprar drogas.
Por: Bruno Wendel bruno.cardoso@redebahia.com.br
Foto: Evandro Veiga / Arquivo correio
Durante o dia, os restaurantes do Pelourinho servem aos visitantes sabores bem baianos. De noite, porém, os donos dos estabelecimentos andam sentindo um gosto cada vez mais típico: o da violência.
Somente este ano, 40% dos restaurantes do Pelourinho foram arrombados, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), seção Bahia. São 36 invasões em seis meses - uma média de seis casos por mês. Na maioria das vezes, os arrombadores são velhos conhecidos dos comerciantes e também da polícia: jovens entre 15 e 22 anos que querem comprar drogas.

O caso mais recente foi na madrugada de quinta-feira, no Restaurante Ponto do Vital,  na Rua das Laranjeiras. O dono conta que foi a 15ª vez em dois anos  que o estabelecimento - vizinho da sede da Abrasel - foi invadido. “Primeiro, tentaram entrar na Abrasel. Não conseguiram. Aí destelharam meu teto, quebraram o forro da cozinha e levaram uma TV de 32 polegadas, vinho, CDs e R$ 250. Um prejuízo de R$ 2 mil”, diz o proprietário, Adelson Souza. Segundo ele, o movimento caiu em 80% pela falta de segurança. “Policiamento durante o dia tem, mas à noite... É complicado...”.

Dono mostra buraco que bandidos abriram no telhado do Ponto do Vital

Em um arrombamento no ano passado, Adelson teve  prejuízo de R$ 20 mil. “Como está, não dá. Vou ficar até a Copa de 2014. Depois disso, vou  para Santo Amaro e tocar minha vida por lá”, lamenta.
A própria sede da Abrasel é uma das que mais sofrem. Em quatro anos, foram 15 arrombamentos. “Levaram panelas, rádio, datashow, ventilador”, diz o presidente, Luiz Henrique do Amaral.
Uma das quituteiras mais famosas da Bahia, Alaíde do Feijão teve seu restaurante, na Ladeira da  Ordem Terceira do São Francisco, invadido em janeiro deste ano. Os usuários levaram bebidas, um DVD e comidas. À época, eles escalaram uma parede, chegaram ao teto e removeram as telhas da cozinha. Segundo Alaíde, em 2010, o restaurante foi arrombado oito vezes. “Em duas situações, presenciei os bandidos forçando as grades da janela. Na hora, gritei e corri atrás, mas eles correm mais do que eu”, relata Alaíde.
Em fevereiro, durante o motim de policiais militares, a sorveteria A Cubana foi parcialmente arrombada. O proprietário informou que o roubo foi cometido por usuários  conhecidos como Gordinho e Boy. “Eles arrombaram todas as portas e o prejuízo foi maior que o roubo”, conta. 

Sorveteria Cubana está entre os estabelecimentos assaltados este ano: dupla entrou durante a greve da PM

Um mês depois foi a vez do Restaurante e Antiquário Jardim das Delícias. Um homem levou R$ 600, após escalar uma das paredes e chegar ao teto. “Foi uma época difícil. Foram cinco restaurantes em uma semana. Isso tudo é resultado da falta de policiamento, principalmente na madrugada. E isso ainda continua”, diz o gerente do estabelecimento, Edson Valença, que diz ter tido queda de 50% do movimento. “Quem é que quer vir para um lugar com uma fama dessa?”, indaga.
Policiamento

Segundo o tenente-coronel Anselmo Brandão, comandante do 18º Batalhão (Centro Histórico), o policiamento no Pelourinho é realizado 24 horas por dia. “São 165 policiais, seis viaturas em pontos estratégicos e dez motos”, conta.

O comandante disse que o bandido que arrombou o Ponto do Vital foi detido. “Como ele já tinha repassado o material roubado, está custodiado na Deltur, mas deve ser liberado”, diz.
O CORREIO procurou a delegada titular da Deltur, Christiane Xavier, mas ela não quis comentar o assunto.
Comerciantes apontam as três ruas mais perigosas

Rua das Laranjeiras, da Oração e Ladeira da Ordem Terceira de São Francisco. As três são apontadas pelos comerciantes como os pontos onde os usuários de crack se concentram antes e após os arrombamentos.

Entre elas, a Ladeira da Ordem Terceira, que liga o Pelô a Nazaré, é a pior. “É onde muito deles vendem o que foi roubado. Lá, os donos de ferros-velhos e lojas de antiguidade pagam bagatela pelos produtos trazidos por eles.
São metais, colheres, grades, cadeiras, aparelhos de som. Depois eles compraram a ‘pedra’ com traficantes da região”, conta o garçom de um restaurante, que afirma que os bandidos estudam os locais antes dos roubos. “Ele sabem se tem alarme, câmera, horário de fechamento, quem são os funcionários, sabem  tudo”.
Fonte: Correio24horas

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